Ana Carolina: Ana Carolina, uma voz ao ar livre

Cantora volta a Londrina para mostrar seus sucessos e abrir oficialmente o Filo amanhã, às 19 horas, no Anfiteatro do Zerão.

Em 1999 um hit tomou conta das rádios de todo o Brasil com uma nova cantora. A música Garganta apresentava Ana Carolina, que nos últimos dez anos só cresceu em popularidade, seja nos discos solos ou em parcerias como Ana & Jorge, gravada ao lado de Seu Jorge, com o mega hit chiclete É isso aí, versão dela para a música de Damien Rice, que ficou conhecida no filme Closer – Perto Demais.

Amanhã, a partir das 19 horas, a cantora coloca à prova em Londrina sua extensa lista de hits para um show aberto ao público no Anfiteatro do Zerão, que marca o lançamento do Festival Internacional de Teatro de Londrina (Filo).

O show marca a turnê de comemoração de 10 anos desde o lançamento de seu primeiro CD com a execução de músicas de toda sua carreira além do último álbum N9ve (2009). E a expectativa não é de um espetáculo intimista, pois cantora vem com sua banda completa formada por: Marcelo Costa (bateria), Leo Reis (percussão), Danilo Andrade (teclados), André Rodrigues (baixo) e Pedro Baby (guitarra).

Sucessos radiofônicos não devem faltar assim como canções polêmicas que são amadas por parte dos fãs. Entre elas Eu comi a Madonna, que deixa claro a opção sexual da cantora, que já foi capa da revista Veja declarando ser bissexual. A discussão aberta do tema foi um das perguntas feito pelo JL para a cantora, que foram respondidas por e-mail de Porto Alegre (RS), onde ela se apresentou na última quarta-feira.

“A crítica entende muito pouco de música”

Jornal de Londrina - Te agrada fazer a abertura de um festival de teatro? Você já fez shows com direção de Bia Lessa e Monique Gardenberg, além de cenografia de Gringo Cárdia. Qual a importância de cenário e direção para você?

Ana Carolina - Sim muito, sou admiradora do teatro, gosto de arte em geral. Esta minha ligação a diretores (Henrique Dias, Monique Gardenberg, Bia Lessa) para tipificar, cito apenas os que já realizaram comigo o meu trabalho, embora admire muitos outros como o Felipe Hirsch e o João Falcão, surgiu pela vontade de envolver-se mais profundamente na estética do que faço como músico e autora de meu próprio trabalho, nesses encontros, os aspectos técnicos da direção é sobretudo uma preocupação estética com a música, que também é muito visual e que ao meu ver precisa desta informação, que tanto pode vir do teatro, como Kiki e Bia, ou do cinema, como Monique.

Em Londrina o show será ao ar livre e aberto ao público. O que muda em relação a uma apresentação fechada? Qual delas você mais gosta?

Gosto das duas, o contato com o público, é sempre muito precioso, muito instigante e quando me apresento em locais abertos ao público é a oportunidade dos menos favorecidos e até daqueles que vivem com pouca grana e nem sempre podem ir ao show estarem presentes. Adoro cantar em praias, parques e praças públicas, ali se mistura um público heterogêneo, mas com a nossa cara de Brasil próspero.

A literatura ou outras formas de arte te inspira na composição? Sim, às vezes um determinado filme ou até uma cena ou peça de teatro que assisti, um livro, um texto lido ou até um simples fragmento fica ali pendurado em mim até que toma outra forma juntando-se a outras tantas informações, emoções, e vira parte de uma música ou de uma canção.

São 10 anos de carreira desde o lançamento de seu primeiro CD. O que mais mudou nesse tempo? Tudo, absolutamente tudo!!!

Você é uma cantora que obteve sucesso popular, mas acha que a crítica também soube analisar seu trabalho? A crítica entende muito pouco de música, na verdade poucos sabem criticar o trabalho somente, e quase sempre a falta de conhecimento musical é banhada na má vontade. É uma pena.

Seu nome já esteve envolvido em uma polêmica em relação à sua opção sexual. Isso te atrapalhou, te surpreendeu pela dimensão tomada ou foi importante para alguma quebra de tabu? Quando falo abertamente da minha bisexualidade, a minha intenção não é polemizar pelas minhas atitudes e pensamentos e sim para me posicionar diante de uma questão importante para o ser humano contemporâneo quanto a sua sexualidade. Quando me exponho assim, sei que estarei desagradando a alguns, mas o meu papel é contribuir e não agradar.

O Brasil é pródigo em cantoras e a cada período uma nova geração tem aparecido. Quem você destacaria atualmente? A Chiara Civello, que não é brasileira, mas é uma grande cantora e compositora. Gosto muito da Roberta Sá e da Maria Gadú.

Você acha que os artistas de música brasileira atuais estão apegados a apenas um estilo? Não, muito pelo contrário, os artistas brasileiros são essencialmente plurais em conteúdo.

Fonte: Portal RPC-JL-Jornal de Londrina

Marcadores:


Videos da Ana