Ana Carolina festeja 10 de anos de carreira

Com Que se danem os nós, Ana Carolina abre o show N9ve, amanhã no Chevrolet Hall. O repertório, centrado no CD lançado recentemente, inclui sucessos de carreira e a festa comemora uma década de trabalho intenso, com mais vitórias que arrependimentos. Cantora de Juiz de Fora que ganhou o país com timbre grave, ela concilia letras contundentes com sequências bastante melodiosas, e conquistou parceiros do porte de Maria Bethânia e Luis Melodia, entre talentos consagrados da música popular brasileira. “Vim gastando meus sapatos, me livrando de alguns pesos, perdoando meus enganos, desfazendo minhas malas. Esses versos falam muito desses 10 anos e de tudo que ocorreu nesse tempo”, ela diz, sobre o poema que ilustra sua trajetória.Direção e cenografia de Bia Lessa e direção musical de Alê Siqueira ajudam a construir o tom de celebração, em espetáculo mais caprichado, do ponto de vista da produção. Possivelmente, esse é o trabalho mais elaborado cenicamente de Ana Carolina como protagonista. Em alguns momentos, ela adianta, o contexto remete a ambiente cinematográfico, com estética urbana, marcada pela projeção de edifícios e outras imagens. A entrada da cantora no palco tem atmosfera impactante, e a leva a estruturas que redimensionam o palco e sua relação com o público. “É como se eu estivesse literalmente nas nuvens. E não deixa de ser verdade. É assim que me sinto”, afirma a cantora, que emplaca sucessos populares, mas não deixa de investir em harmonias sofisticadas. Orgulhosa da liberdade com que lida com a própria criação, ela está preparada para receber os fãs com sequência de canções bastante conhecidas, como Garganta, É isso aí, Encostar na tua e Quem de nós dois, além das músicas lançadas há pouco tempo. “Programei um medley dessas baladas, para relembrar mesmo cada um desses sucessos. Tem ainda os sambas e as mais recentes. É pra todo mundo se divertir. Estamos preparando um show solar.” Quem de nós dois, que esteve entre as mais tocadas nas rádios, é uma das canções que, se pudesse, Ana Carolina teria feito diferente. Talvez tivesse se demorado um pouco mais, até considerar pronta a canção. “Isso é algo que, se fosse o caso de voltar no tempo, teria tentado fazer melhor, com mais calma e alterações no arranjo. Não imaginei que seria tão tocada. De toda forma, é muito bom olhar para trás neste momento, 10 anos depois de um início, que é sempre uma incerteza, e poder rever o que errei e quais foram os meus acertos.” Ao mesmo tempo em que essa relação com o sucesso a favorece, também a atrapalha, quando quer investir em abordagens mais radicais. Esse confronto, ela define como batalha constante entre a busca por popularidade e a preservação de liberdade necessária para não perder os próprios anseios estéticos. “Nunca quis o mais fácil. A questão não é apenas ganhar dinheiro, mas poder apostar também em algo arrojado, sofisticado. Não quero me estabelecer num lugar cômodo, onde posso fazer qualquer coisa e me alimentar apenas do que já passou.” TECNOLÓGICOO novo show não tem participações especiais. Acompanhada por banda integrada por Marcelo Costa (bateria), Leonardo Reis (percussão), Danilo Andrade (teclados), André Rodrigues (baixo) e Pedro Baby (violões e guitarras), ela conta com “convidado tecnológico”, com quem faz dueto numa das canções. Defensora do “show à vera”, ela acredita no palco como lugar de verdadeiro encontro de ideias entre artista e público. Este é para Ana Carolina o “lugar real”, em que o intérprete se expõe, revela potencial e deficiências, sem a possibilidade de reconstruir a cena. “Nesse sentido, sou bastante purista”. Belo Horizonte tem algo especial para a cantora. Toda vez que se apresenta na cidade, recebe na plateia dezenas de familiares, que a fazem lembrar de palcos mais modestos mas igualmente importantes em sua trajetória. Além da turnê pelo Brasil com o show N9ve, ela lança este ano a cantora italiana radicada nos Estados Unidos Chiara Chivello, pelo selo Armazém. Parceiras em quatro músicas, elas se conheceram em sarau de artistas no Rio de Janeiro, apresentadas por Daniel Jobim. “Não podia deixar de investir nesta ideia dela lançar seu primeiro disco no Brasil. Chiara é uma cantora incrível, grande intérprete ao piano, e é bastante conhecida internacionalmente, não só na Europa”, recomenda.
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